Hoje nem faço títulos com reticências, porque não são precisas mais palavras. Raça. Foi o que os jogadores de Sparta 1.09 mostraram ontem. Raça, Coração, Esforço, Dedicação, Concentração, Cabeças quentes, Cabeça aberta, tanta coisa que aconteceu e se mostrou aos potes no jogo de ontem.
Recapitulando, Sparta 1.09 já realizou 4 jogos. Dos quais, os primeiros 3 deram em 3 derrotas. 2 derrotas que podiam em qualquer momento ter dado em vitórias para nós. Mas não deram, quer por golos indevidamente anulados, quer por azelhice nossa, quer por simplesmente sorte do adversário e azar nosso. 1 deles onde fomos claramente inferiores.
Mas isto foi o passado. Quando me lembro desses 3 jogos quase não acredito que se trate da mesma equipa que jogou ontem. Ontem jogámos contra a equipa do Maurício. Que tem fantásticos jogadores como ele, Imortal, Luzolo, Luís ou Jorge.
Toda a gente acreditava na vitória certa deles. Toda a gente, menos os 7 mancos que se sentaram no banco de Sparta (e mesmo entre esses havia infiéis).
Toda a gente acreditava na nossa derrota, por muitos golos, dilatada e mais que esmagadora. Toda a gente, menos os 7 Espartanos que jogaram à bola.
Na palestra antes do jogo, disse algo que é mais que óbvio: "A bola é redonda. Dá para os dois lados. E os golos só contam se a bola passar a linha da nossa baliza, assim como só ganham se a bola passar mais vezes para dentro da nossa baliza, do que da deles". Nunca pensei que essas palavras fizessem tanto sentido, ou se aplicassem tanto.
O jogo começou. Os jogadores de Sparta estavam calmos. Afinal, não éramos nós que tínhamos de correr pela vitória. Eram eles. E isso iria de acordo com a nossa estratégia de explorar o ego de jogadores como o Maurício e o Imortal, que não lida bem com derrotas ou dificuldades, principalmente num jogo que se previa tão fácil. E caraças, que funcionou tão bem. Num simples lance de contra ataque, inaugurámos o marcador. Estávamos a ganhar. Mesmo que a partir daí levássemos goleada, não importava, já íamos ter direito a umas gargalhadas e piadas. Claro que ninguém nesta altura ainda previa o desfecho do jogo.
A equipa adversária começou a atacar e a carregar. E foi aqui que eu comecei a ter um sentimento. Um feeling. Algo que me dizia que o desfecho podia ser algo que não o previsto por muita gente. Estávamos a cortar bolas, parar ataques, obrigar o adversário a cometer erros, tudo de forma melhor e mais concentrada do que alguma vez tínhamos feito. E estava a resultar. Depois de alguma insistência, lá conseguiram marcar o golo do empate, e com o seu mérito. O remate era indefensável, e já a algum tempo que não estávamos a atacar tanto.
Pediu-se time out, e de alguma maneira, toda e qualquer dúvida de que o resultado podia ser favorável para nós, desvaneceu-se. Nesta altura já só perguntava: "Têm dúvidas? Têm dúvidas que podemos ganhar? Eu não" E verdade seja dita, arrastámos o empate para o intervalo. A ausência de dúvidas, pelo menos na minha cabeça mantinha-se. E na cabeça de mais pessoas da equipa também. A esperança começava a nascer. E assim foi na segunda parte.
Começamos com a mesma equipa, o mesmo poderio quer ofensivo, quer defensivo, a mesma concentração, resistência e habilidade para fazer das tripas, coração. E fomos recompensados de novo. 2-1 no marcador para os inferiores e fracos, que naquele momento, se mostraram superiores e fortes. Estávamos a ganhar de novo.
Eventualmente, e com todo o mérito, empataram de novo. Novamente, um remate muito colocado que bateu nos dois postes mas entrou, não deixando qualquer dúvida para os árbitros.
De seguida, seguiu-se um grande sufoco para nós. A equipa do Maurício carregou, pressionou, e forçou a nossa baliza. Apenas para embater no nosso muro defensivo. Quer pelos nossos defesas que estiveram impecáveis nas marcações, a levar com remates, a cortar passes, quer por mim na baliza onde realizei das minhas melhores exibições.
Entretanto, quando faltavam 7m para o final do jogo, uma saída minha saiu-me cara, ao sofrer um embate da perna do Maurício perto da minha orelha esquerda, que disparou os meus óculos pelo campo, e fez a minha cabeça bater contra o chão. Resultado? Sem sombra de dúvidas, uma vitória esmagadora do chão.
O jogo teve de ser parado, tive de ser assistido, mas não ia deixar o jogo ficar por ali. Não quando estávamos tão perto de fazer história. Fui à casa de banho, recebi cuidados médicos preciosos da Cátia, que me valeram a possibilidade de continuar a jogar. Afinal, não ia deixar a minha equipa sem Capitão, sem guarda-redes, mas acima disso, sem esta oportunidade de pontuarmos contra a equipa do Maurício.
E ainda bem que assim o fiz. Poucos segundos depois da continuação do jogo, avançamos no marcador de novo. 3-2 para nós, naquele que foi claramente o golo mais festejado por nós. A alegria, os gritos por Sparta, a energia de toda a gente, foi fantástico. Infelizmente, pouco depois, o Luzolo realizou outro remate muito colocado, passou-me perto da cara, ainda lhe toquei, mas não tive hipóteses. E o empate era apenas justo. Foram 7m que passaram a voar. E isso trouxe-nos ao empate muito merecido, e justo na minha opinião.
Aquando do apito final, toda a gente sorria. Claro, toda a gente da minha equipa, assim como os seus apoiantes. Merecemos e muito, o ponto. Por todo os sacrifícios que fizemos, todo o esforço, garra e coração que tivemos. E Raça. Raça acima de qualquer coisa.
Não sei como vai ser o próximo jogo contra a equipa do Caça. Uma equipa que se não estiver ao nível da do Maurício, estará muito perto. Mas uma coisa é certa. Se jogarmos como jogámos ontem, bem podem ter cuidado. Porque os Espartanos de Sparta 1.09 ainda não se deram por vencidos. Tal como nunca nos daremos.
AVANTE SPARTA 1.09
sábado, 26 de março de 2011
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário